Fronteira Noroeste

Dia da Abelha promove conscientização e conhecimento em Nova Candelária

Na semana em que se comemora o Dia da Abelha (20/05), Dia do Apicultor (22/05) e Dia da Biodiversidade (22/05), a relação entre os três temas ficou ainda mais clara em ação promovida no município de Nova Candelária, nesta quinta-feira (23/05). O ginásio da Escola Nossa Senhora da Purificação reuniu diferentes gerações no evento denominado “Dia da Abelha”, que aliou exposição, palestras, demonstrações, concurso fotográfico e comercialização de produtos apícolas, flores e adubos.

A abelha foi abordada como símbolo de cooperação, sustentabilidade e equilíbrio entre humanidade e natureza. A cooperação pode ser observada desde a organização do evento, promovido pela Associação dos Apicultores e Meliponicultores Amigos das Abelhas, que contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sicredi Noroeste, Escola Nossa Senhora da Purificação, Emater/RS-Ascar, Adubasul, Fetag e Setrem.

O prefeito em exercício, Jorge Luiz Steiger, destacou a importância da organização dos produtores através da Associação, que possui atualmente 13 participantes dos municípios de Nova Candelária, Boa Vista do Buricá e Crissiumal, cujos resultados são importantes para todo o ecossistema, impactando na disponibilidade de produtos como o mel e também na polinização e manutenção da produção agrícola e da biodiversidade.

Tais impactos também estiveram presentes na abordagem do médico veterinário Victor Carrara, presidente da Associação dos Apicultores e Meliponicultores, que conduziu a palestra intitulada “A Importância das Abelhas para a Vida”. As contribuições da apicultura e da meliponicultora para a sustentabilidade, em suas dimensões econômica, social e ambiental, receberam ênfase na palestra. A oportunidade de geração de renda, versatilidade e variedade de produtos derivados, fortalecimento socioprodutivo através do associativismo e do cooperativismo, melhora da autoestima, conservação do meio ambiente, polinização cruzada, ampliação da produção de frutos e sementes, bioindicadores de qualidade ambiental estiveram entre os benefícios apresentados por Carrara, importantes para o produtor e também para toda a sociedade.

A representante do Sicredi Noroeste, Lutiane Godói, conduziu dinâmica com o tema “A União faz a Vida”, buscando inspiração no processo de união e cooperação dos apiários que podem ser adaptados à vida em sociedade.

No turno da tarde, quando foram recebidos alunos das escolas Nossa Senhora da Purificação e Papa Pio XII, Carrara conduziu a palestra sobre a importância das abelhas e produtos terapêuticos oriundos da meliponicultora e apicultura.

Meliponicultura, a criação de abelhas sem ferrão

Entre os espaços temáticos esteve o da meliponicultora, voltado à criação de abelhas sem ferrão, organizado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural. Nele os extensionistas André Weber e Elir Paulo Pasquetti estiveram à disposição para orientações técnicas.

No local, o público pode conferir mais informações sobre algumas das 23 espécies de abelhas sem ferrão existentes no Rio Grande do Sul, entre elas a borá, iraí, mirim, jataí e tubuna, assim como as características dos méis produzidos por cada espécie.

Além do mel, puderam ser visualizados outros produtos, como própolis, vinagre de mel, cera mista e velas, produzidos a partir da meliponicultora.

Orientações em relação ao manejo, como tipos de caixas e ninhos, atrativos com própolis e álcool de cereais também puderam ser conferidos. Na prática, os participantes puderam saber mais sobre a isca para abelhas sem ferrão feita a partir do atrativo, garrafa pet, jornal, fita adesiva e lona preta.

O assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Jorge João Lunardi, lembra que no inverno, normalmente, e também em outras épocas do ano, pode faltar alimento para as abelhas. Nestas situações, as abelhas necessitam receber alimentação de subsistência. A alimentação artificial evita a morte das abelhas, a interrupção da postura da rainha e mantém a colmeia forte. Se existir pólen, ofereça alimentação do tipo energética. Se não existir pólen, a alimentação deve ser do tipo proteica.