Fronteira Noroeste

Milho segue em desenvolvimento no RS

A área semeada com milho no Rio Grande do Sul evoluiu pouco em relação ao período anterior, alcançando 89% semeados. Os produtores gaúchos ainda priorizam a implementação da cultura de soja, e parte deles só pretende retomar o plantio de milho em safrinha, a partir de janeiro. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (21/12) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), 38% das lavouras de milho estão em enchimento de grãos e 10%, em maturação. As projeções de rendimento são variáveis: parte dos cultivos mantêm o potencial inicial e outra parte está sujeita a reduções devido à incidência de pragas, de doenças e/ou danos decorrentes de fenômenos climáticos ao longo do ciclo de desenvolvimento.

Na soja, as condições ambientais dos últimos períodos propiciaram avanço significativo da semeadura em grande parte do Estado, apesar de algumas restrições mais acentuadas na Região Sul, devido ao volume mais elevado de precipitações. A área semeada alcançou 90%, recuperando de forma parcial o atraso, causado pelas condições adversas de excesso de chuvas e elevada umidade do solo. O desenvolvimento da cultura é satisfatório, especialmente nas lavouras semeadas a partir de 15/11, nas quais as plantas apresentam crescimento vigoroso e estrutura mais robusta, com menor distância entre trifólios e caules mais espessos. As lavouras semeadas no início do período do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), entre 20/10 e 10/11, recuperaram-se bem, e houve emissão de folhas novas bem desenvolvidas.

Milho silagem – A área plantada permanece em cerca de dois terços da área planejada. A principal atividade realizada é o corte para elaboração de silagem de planta inteira. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 20% da colheita foi realizada, e essas porções apresentam produtividade abaixo do esperado em razão das perdas de área foliar, causadas por doenças e pelo acamamento. Na de Ijuí, iniciou-se a colheita nas lavouras dos municípios ao Norte da região, onde a semeadura é mais precoce. Essas áreas apresentam volume substancial de massa verde e grãos, o que resultará em silagem de qualidade elevada.

Feijão 1ª safra – A extensão cultivada no RS sofreu pequena alteração em função do escalonamento de produção e pelo fato de a semeadura ainda estar incipiente nos Campos de Cima da Serra, que é a maior produtora do Estado, bem como onde o cultivo é realizado em apenas um ciclo. Já na região de Santa Maria, a área plantada ultrapassou 85%, e a perspectiva é que novos plantios ocorram apenas durante a safrinha, entre janeiro e fevereiro de 2024. O prolongado período de chuvas e a alta umidade interferem no manejo de doenças, favorecendo o surgimento de doenças fúngicas. A maioria das lavouras encontra-se nas fases de florescimento e de enchimento de grãos, e foi iniciada a colheita em áreas plantadas mais precocemente.

Arroz – Houve maior celeridade na semeadura em razão da melhoria das condições ambientais. Na Região Sul do Estado, a semeadura foi concluída, e aproxima-se do final na Região Oeste. Na região Central, apresenta atrasos pouco maiores. As primeiras áreas implantadas em outubro estão atingindo a fase de diferenciação das panículas, e é grande a expectativa por dias ideais de disponibilidade de radiação solar para atender às necessidades atuais da cultura. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a semeadura foi finalizada em toda a região, e o desenvolvimento das lavouras é considerado normal para a época. Os dias ensolarados e as temperaturas em elevação beneficiaram significativamente o crescimento das plantas.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

A implantação de pastagens anuais de verão avançou consideravelmente em todo o Estado. Semeaduras pontuais foram realizadas com atraso em algumas propriedades devido a dificuldades locais, principalmente relacionadas ao excesso de chuvas. Os campos nativos apresentam crescimento excelente, fornecendo forragem de qualidade para manter e promover o ganho de peso dos animais.

BOVINOCULTURA DE CORTE – O gado de corte está em bom estado corporal em decorrência da adequada oferta de pastagem nativa e do satisfatório desenvolvimento das espécies anuais. Em função do aumento do calor, houve necessidade de ampliar as medidas de controle das infestações de ectoparasitos, principalmente carrapato. A estação de monta está em andamento, e as matrizes se recuperam bem seu estado corporal no pós-parto.

BOVINOCULTURA DE LEITE – O período de boa oferta forrageira nas pastagens de verão resultou em redução nos custos de produção em razão da diminuição da necessidade de suplementação dos animais. Os tratamentos contra ectoparasitas continuam como consequência da proliferação de mosca-do-chifre, berne e carrapato nos rebanhos. As altas temperaturas prejudicaram o bem-estar animal, reduzindo o consumo e afetando a produtividade.

OVINOCULTURA – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os rebanhos ainda apresentam bom ganho de peso, e algumas categorias continuam sendo suplementadas, visando à comercialização. Na de Passo Fundo, a atenção está voltada para o monitoramento e controle de bicheiras e verminose. Na de Pelotas, o manejo de esquilas continua, mas os dias chuvosos interferiram na atividade. Na de Santa Maria, os animais apresentam apropriadas condições nutricionais, e é período de esquila. Na de Santa Rosa, segue o manejo reprodutivo com o encarneiramento das matrizes, especialmente em raças de maior aptidão para lã.

PESCA ARTESANAL – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, no município de Pelotas, houve registros de captura de corvina, mas em baixo volume. A pesca na bacia da Lagoa Mirim segue em defeso. Os níveis de água do Rio Jaguarão e da Lagoa Mirim permanecem acima da média. Na de Santa Rosa, as atividades pesqueiras permanecem suspensas em função do período de defeso.