
A multinacional John Deere anunciou, na última sexta-feira (4), o lançamento de 15 novos produtos para o setor agrícola, com destaque para a megacolheitadeira Série S7, que será fabricada no Brasil a partir de maio, na unidade industrial de Horizontina, no Rio Grande do Sul.
A nova máquina promete revolucionar o setor com tecnologia avançada de automação de colheita, incluindo a automação preditiva de velocidade. O sistema utiliza câmeras frontais instaladas na cabine, capazes de mapear o terreno em até 8,5 metros de distância, cruzando os dados com informações de satélite para prever o rendimento da lavoura. Com isso, a colheitadeira ajusta automaticamente a velocidade de operação, aumentando a produtividade em até 20%, mesmo sem abrir mão da presença do operador.
“Isso não será uma onda passageira. Mais atualizações no portfólio virão em breve”, afirmou Horácio Meza, diretor de vendas da John Deere no Brasil.
Brasil segue no centro da estratégia da empresa
Apesar do cenário desafiador para o setor de máquinas e equipamentos, com queda de 8,6% nas vendas em 2024 segundo a Abimaq, a John Deere reforça o compromisso com o mercado brasileiro. Para a empresa, o país continuará sendo o principal mercado fora dos Estados Unidos.
“Os maiores investimentos da John Deere estão vindo para o Brasil”, destacou Meza.
Nos últimos cinco anos, a empresa investiu R$ 3,3 bilhões no país, incluindo:
R$ 700 milhões em adaptações na fábrica de Catalão (GO);
R$ 180 milhões no maior centro de pesquisa e desenvolvimento da marca, em Indaiatuba (SP);
Aquisição de um galpão de 40 mil m² para ampliação do centro de distribuição (investimento e prazo não divulgados).
Conectividade no campo e uso de dados em tempo real
Outro destaque do evento foi o anúncio de novos serviços de conectividade para o agronegócio. Os novos equipamentos já virão com modens instalados, capazes de coletar e transmitir dados operacionais e agronômicos das máquinas para a nuvem, permitindo que o produtor tenha acesso em tempo real às informações via uma central.
Esse serviço será disponibilizado por meio de licença paga, com a vantagem de permitir a integração com máquinas de outras fabricantes, facilitando a gestão mista da frota.
Cautela no mercado em 2025
Apesar dos avanços, a John Deere acredita que o setor deve continuar enfrentando um ritmo lento em 2025, especialmente devido aos altos juros que dificultam o investimento por parte dos produtores.
“O produtor está mais cauteloso. A expectativa é que 2025 seja muito parecido com 2024, embora setores como o de café e laranja já demonstrem retomada nos investimentos”, comentou Antonio Carrere, vice-presidente de vendas e marketing da John Deere para a América Latina.
Mesmo com o cenário conservador, a companhia demonstra confiança no potencial brasileiro e segue apostando na inovação, automação e conectividade como pilares para o futuro do agronegócio no país.
Fonte: Dinheiro Rural