Fronteira Noroeste

Dia Nacional da Agroecologia reforça importância do setor na agricultura familiar

Nesta sexta-feira (03/10) é celebrado o Dia Nacional da Agroecologia, uma data que há mais de uma década convida a refletir sobre práticas sustentáveis, preservação ambiental e o papel estratégico da agricultura familiar. A Emater/RS-Ascar, por meio de assistência técnica e extensão rural e social (Aters), tem promovido historicamente ações que têm como foco a sustentabilidade ambiental e social.

A Instituição incentiva o controle biológico, orienta para a produção de alimentos saudáveis – tanto para o autoconsumo como a comercialização – e para a redução do uso de agrotóxicos, estimula práticas conservacionistas no manejo do solo e água, como é o caso do sistema de plantio direto de grãos e de hortaliças.

Conforme o extensionista rural e social da Emater/RS-Ascar, Gervásio Paulus, a agroecologia, por sua natureza sistêmica, assume uma dimensão multidisciplinar, incorporando aspectos produtivos, sociais e ambientais, próprios da ação extensionista. “Da mesma forma, a adoção de metodologias e diagnósticos participativos é inerente aos processos de desenvolvimento rural, integrando o conhecimento técnico com a sabedoria popular dos agricultores”, afirma.

A Emater/RS-Ascar ainda executa programas e projetos voltados para a preservação da biodiversidade do bioma Pampa e a restauração de áreas de preservação permanente, entre outras ações. Desde uma perspectiva social, existe a preocupação de respeitar os modos de vida dos agricultores familiares, comunidades tradicionais, povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e pecuaristas familiares que, não apenas produzem alimentos saudáveis, mas também geram renda, fortalecem economias locais e promovem a soberania alimentar.

AGROECOLOGIA PROPORCIONA ALIMENTO SAUDÁVEL A PREÇO JUSTO

Shiva Braga, produtor orgânico e feirante, participa de uma das principais feiras ecológicas do Estado, no bairro Menino Deus em Porto Alegre. Para ele, a agroecologia é o caminho para oferecer alimentos saudáveis a preços acessíveis. “A agroecologia produz um alimento limpo, orgânico, que normalmente percorre uma cadeia curta até chegar ao consumidor. O que eu colhi ontem já está na feira na manhã seguinte e isso é um fator que contribui para manter um preço justo e acessível ao consumidor”, afirma.

Braga destaca que, ao contrário do senso comum, o alimento orgânico nem sempre é mais caro. “São pequenas trocas que a gente faz na rotina e vê que o produto orgânico se encaixa, muitas vezes, com um preço até mais em conta que os não orgânicos. Por isso, é tão importante fortalecer a agricultura familiar de base ecológica”, conclui.

DATA HOMENAGEIA DOCENTE DO RIO GRANDE DO SUL

O dia 3 de outubro é alusivo ao nascimento da professora Ana Maria Primavesi, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que neste ano completaria 105 anos. Ela foi uma engenheira agrônoma, pesquisadora e professora universitária austríaca radicada no Brasil. Precursora da agroecologia no Brasil, foi uma importante pesquisadora da agroecologia e da agricultura orgânica além de publicar vários trabalhos e livros sobre o tema que viraram referência no mundo inteiro.

A Agroecologia é um campo de conhecimento que proporciona as bases científicas para orientar o desenvolvimento de sistemas produtivos mais sustentáveis, que potencializem os fluxos e ciclos naturais nas formas de manejo e produção de alimentos. Isso inclui um conjunto de práticas e métodos que ajudam a promover a diversificação produtiva, o uso racional dos recursos naturais e a integração entre o saber tradicional e o conhecimento científico e tecnológico, contribuindo assim para o aumento da resiliência dos agroecossitemas e o aumento da autonomia dos agricultores, com o uso dos recursos naturais, capazes de promover a saúde do solo, das plantas e dos animais, a inclusão social e produtiva, com sustentabilidade econômica, social e ambiental.