Os casos registrados de dengue nas Américas quase triplicaram, atingindo um recorde de mais de 12,6 milhões de pessoas neste ano, incluindo 21.000 casos graves e mais de 7.700 mortes, disse a Organização Pan-Americana da Saúde nesta terça-feira (10).
O surto de dengue em 2024, a doença mais comum transmitida por mosquitos em todo o mundo, é o maior desde que os registros começaram a ser feitos em 1980, de acordo com a Opas, que cobrou esforços de mitigação mais fortes. A doença viral mortal atingiu especialmente o Brasil, a Argentina, a Colômbia e o México, com as quatro nações latino-americanas respondendo por 90% dos casos e 88% das mortes, de acordo com um comunicado da Opas.
O Brasil já registrou mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue ao longo de 2024, segundo o Ministério da Saúde. Esse é o maior número da série histórica e representa quase 300% de aumento em relação ao ano passado. Na mesma comparação, as mortes confirmadas também bateram recorde, com quase 400% de crescimento, chegando a 5.881.
A incidência da doença no País é de 3.244 casos para cada 100 mil habitantes, quatro vezes maior do que em 2023. O Distrito Federal aparece em primeiro lugar com 9.876 para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas, Paraná e São Paulo com 4.841. Mas, o Estado paulista lidera no número total com 2,1 milhões casos prováveis, seguido por Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
As crianças correm um risco elevado de contrair dengue e sofrer consequências mais graves. Na Guatemala, as crianças representaram 70% das mortes relacionadas à dengue, enquanto os menores de 15 anos foram mais de um terço dos casos graves em México, Costa Rica e Paraguai, segundo dados da Opas.
A organização, braço nas Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS) da ONU, observa que os eventos climáticos em toda a região favoreceram a proliferação de mosquitos, além de citar o acúmulo de água e a má gestão de resíduos como fatores que impulsionam a reprodução dos insetos que carregam e espalham a dengue.
Cerca de 4 bilhões de pessoas, ou cerca de metade da população mundial, vivem em áreas com risco de contrair dengue, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
A dengue pode ser assintomática ou apresentar sintomas leves a graves. A maioria das pessoas se recupera, mas algumas podem evoluir para formas graves, inclusive virem a óbito. A dengue é causada por um arbovírus, que é um vírus transmitido por picadas de insetos, especialmente os mosquitos.
O mosquito Aedes aegypti é pequeno, castanho, com uma risca branca de cada lado do tórax e várias riscas brancas nas patas. A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito.