Santo Ângelo conta com um Centro de Atendimento em Saúde voltado às necessidades específicas das pessoas com Transtorno de Espectro Autista, o programa TEAcolhe. A área de abrangência é de 24 municípios, sendo voltado a todas as faixas etárias e tendo como a porta de entrada para o serviço a saúde básica, via Sistema Único de Saúde (SUS).
Dessa forma, a acolhida dos pacientes é realizada na rede municipal, onde a equipe interdisciplinar ou multidisciplinar realiza a primeira avaliação. Ao ser constatada a necessidade de diagnóstico ou de atendimento, há o direcionamento ao CAS TEAcolhe. A coordenadora deste na Capital das Missões, Mariliane Monteiro ressalta que há dois serviços de reabilitação, em Santo Ângelo: a APAE e o CAS.
“Isso é bem importante deixar bem frisado, que as pessoas que vêm para o atendimento do CAS passam por um sistema de gerenciamento, em que serão direcionadas para um ou para outro serviço. Então quando vêm para nós, é porque já passou por toda a rede de entrada”, explica Mariliane.
O CAS TEAcolhe é um centro especializado, com a equipe multidisciplinar sendo formada, além da coordenadora, por um neuropediatra, duas psicólogas, uma pedagoga, uma fisioterapeuta e por uma fonoaudióloga. Em um primeiro momento, os pacientes são acolhidos, é realizada uma avaliação médica, seguida de avaliação de observação e de mensuração na área da psicologia até chegar-se a um diagnóstico de neurodesenvolvimento. A partir disso, a equipe pensa em qual o profissional ou quais os profissionais que estará ou estarão atendendo o paciente no CAS TEAcolhe.
Surgimento do CAS
Os Centros de Atendimento à Saúde surgem por meio da Lei 5.322, legislação Pró-Autismo, com o Estado vindo a realizar todo um movimento posterior para organizar esse serviço. Ainda de acordo com Mariliane, assim, em um primeiro momento, o CAS TEAcolhe surge na modalidade de matriciamento, com formação das equipes em centros macrorregionais de saúde, educação e assistência social, nos próprios municípios.
“Posterior a isso, então, surge o Centro de Atendimento em Saúde, em função da própria demanda, que existe uma demanda muito grande no Estado e nos municípios de pacientes com autismo. Nesse sentido, o serviço surge para fazer os atendimentos direto”, explica a coordenadora do CAS TEAcolhe da Capital das Missões.
Diagnóstico precoce
O neuropediatra Rui Carlos Júnior, que atua no CAS TEAcolhe, em Santo Ângelo, reforça o quanto é importante ser realizado um diagnóstico precoce, com os sinais e sintomas podendo estar presentes desde os primeiros meses de vida.
“Então, não necessariamente a gente precisa esperar a criança entrar na via escolar porque nisso, a criança já vai ter perdido muito tempo de ser estimulada, que é o que o nosso programa aqui oferece. Quando a gente pontua alguns sinais e sintomas, é importante a gente ficar atento ao contato visual pobre, a dificuldade de socializar, aquelas crianças que preferem brincar sozinhas, que têm alguns comportamentos repetitivos, movimento com as mãozinhas, caminhar na ponta dos pés, enfileirar brinquedos, ter dificuldades em aceitar mudanças, em alimentos”, menciona o médico.
De acordo com ele, os familiares precisam ficar atentos a todos esses pontos, para serem repassados aos profissionais de saúde, a fim de ser feito o melhor a essa criança. Ainda segundo o neuropediatra, o que mais se busca é que a pessoa tenha a vida mais funcional possível. “Porque o espectro autista não é definidor de nada e quanto a gente puder intervir, trabalhar com esse cérebro, mais funcional vai ser essa pessoa”, finaliza o neuropediatra. O CAS TEAcolhe de Santo Ângelo está localizado na Avenida Venâncio Aires, 2110, no Centro.
Mais sobre o TEAcolhe
O Programa TEAcolhe tem o objetivo de implementar a Lei Estadual n° 15.322/2019, que instituiu a Política de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo no âmbito do Rio Grande do Sul destinada a garantir e a promover o atendimento às necessidades específicas das pessoas com autismo, visando ao desenvolvimento pessoal, à inclusão social, à cidadania e ao apoio às suas famílias. Sendo construído pelas equipes técnicas das Secretarias de Saúde, Educação e Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social; a sociedade civil, com a participação de pessoas com autismo e suas famílias; TELESSAÚDE; profissionais e instituições de ensino com pesquisas na área. (Material com informações do governo do Estado)
Francine Boijink – Grupo Sepé