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Boas práticas de manejo são destaque no Dia da Conservação do Solo

Recurso essencial para a atividade agrícola, o solo precisa de cuidados adequados, que reduzam os riscos ambientais de degradação e garantam sua fertilidade e a segurança alimentar. Nesta terça-feira (15/04), celebra-se o Dia Nacional da Conservação do Solo, instituído pela Lei Federal n° 7.876, de 1989, com o objetivo de lembrar a importância das boas práticas de uso e manejo deste recurso natural.

A Emater/RS-Ascar é responsável por transferir ao agricultor o conhecimento de diferentes tecnologias para o manejo e conservação do solo, visto que essa prática é fundamental para a manutenção da produtividade e para a proteção do meio ambiente.

A rotação de culturas é uma prática essencial para a conservação do solo, pois ajuda a melhorar a fertilidade, controlar pragas e doenças além de reduzir a erosão. Algumas culturas são particularmente adequadas para a rotação visando à conservação do solo, como leguminosas, cereais, culturas de cobertura, tubérculos e plantas de raiz profunda. A combinação dessas culturas, de acordo com as condições locais e as necessidades do solo, pode resultar em um sistema agrícola mais sustentável e produtivo.

Segundo o produtor rural Charles Wäechter, sua família trabalha com o cultivo de milho e tabaco, no interior de Sinimbu. “Nossa propriedade enfrentava muitas dificuldades em função da composição do solo, formado em grande parte por areia, cascalho e pedra, aí os técnicos da Emater  propuseram a implantação de uma Unidade de Referência Técnica (URT) em cerca de um terço da propriedade e nos orientaram sobre como recuperar essa área. Foram semeadas coberturas entre safra, uma com milho e outra com tabaco, e temos rotação todos os anos com grandes resultados. No ano passado, apesar dos efeitos da enchente, que atingiu especialmente a lavoura de tabaco, tivemos uma boa safra de milho e as técnicas apresentadas pela Emater fizeram muita diferença”, conclui Charles.

Em 2024, as ações de Assitência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), desenvolvidas pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), foram essenciais para os produtores gaúchos na recuperação das áreas atingidas pela enchente. Já no último dia 08/04, foi protocolado na Assembleia Legislativa com tramitação em regime de urgência, o Projeto de Lei 109/2025, propondo ações estruturantes para fortalecer a agricultura familiar, ampliar a resiliência climática e impulsionar desenvolvimento rural sustentável.

Assistência Técnica e Investimento

A meta do PL 109/2025 é beneficiar diretamente 15 mil propriedades e alcançar mais de 150 mil unidades com práticas sustentáveis de produção, posicionando a agricultura familiar como eixo estratégico na reconstrução do Estado. O financiamento será realizado por meio do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs), com aplicação monitorada para garantir impacto social, ambiental e produtivo.

A Emater/RS-Ascar terá papel estratégico na execução do programa, oferecendo Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) para garantir que as práticas agrícolas adotadas promovam a recuperação do solo, a sustentabilidade das lavouras e o enfrentamento às mudanças climáticas.

O presidente da Emater/RS, Luciano Schwerz, destacou a importância da proposta e a articulação entre os órgãos públicos. “A recuperação dos solos é condição indispensável para a sustentabilidade da produção de alimentos. Com o apoio técnico da Emater, o governo vai garantir que esses recursos cheguem aos agricultores com efetividade, transformando realidades no campo com base na orientação técnica e no uso responsável dos recursos naturais. Esse trabalho articulado com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) é um exemplo de política pública bem construída e com foco em resultados concretos”, salienta.

O programa está estruturado em quatro eixos centrais que vão garantir abrangência, eficiência e inovação na execução:

– Transferência direta de recursos;

– Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters);

– Patrulhas técnicas mecanizadas;

– Governança e parcerias institucionais.