Relatório divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fornece novos detalhes sobre as dimensões dos prejuízos causados pelas enchentes de maio no Rio Grande do Sul às atividades agropecuárias. No segundo trimestre (abril a junho), houve impacto nos abates de bovinos, suínos e frangos no Estado, além de influência na aquisição de leite e na produção de ovos.
As enchentes afetaram a produção e principalmente a logística e infraestrutura do Estado, Isso porque não permitiram escoar os produtos e levar os animais para o abatedouro, gerando um problema logístico que afetou a cadeia.
Bovinos
No segmento de bovinos, o Estado registrou queda de 40,45 mil cabeças abatidas no segundo trimestre, ante igual período de 2023. No comparativo anual, abril apresentou alta de 6,1% nos abates de bovinos, porém maio e junho apresentaram retrações de 19,8% e 16,8%, respectivamente.
Suínos
Para os suínos, apesar do aumento de 23,10 mil cabeças abatidas no segundo trimestre de 2024, o Rio Grande do Sul registrou o menor patamar de atividade dos últimos quatro anos para o mês de maio. O Estado é o terceiro maior do país no abate de suínos, com 16,8% de participação.
O abate de suínos cresceu no Estado comparado com o ano anterior, influenciado pelos resultados de abril. Já de abril para maio, houve queda acentuada.
Frango
Em relação ao abate de frangos, a pesquisa registrou o melhor mês de abril da série histórica, porém, no Rio Grande do Sul, nos meses de maio e junho, o volume de cabeças de frangos abatidas foi o menor nos últimos 12 anos. Houve redução de 24,81 milhões de aves abatidas. O Estado também ocupa a terceira posição nacional em abate de frangos, com uma fatia de 11%.
Leite
Também na aquisição de leite houve impacto das cheias no Rio Guaíba, com queda de 72,56 milhões de litros, a maior entre os Estados. O Rio Grande do Sul ocupa a terceira posição no ranking do país (11,1%), atrás de Minas Gerais (24,5%) e Paraná (15,1%).
Ovos
Na produção de ovos, o Rio Grande Sul está em quinto lugar no ranking nacional, com parcela de 6,5% do volume do país. Apesar das enchentes, o Estado apresentou alta de 2,4% na comparação anual, influenciado pelo resultado de abril (+8,5%).
Em maio, mês em que os efeitos da cheia foram mais impactantes, a produção sofreu retração de 1,5% frente ao mesmo mês do ano anterior e de 1,7% em comparação a abril de 2024. Em junho, o total de ovos produzidos apresentou alta de 0,6% na comparação anual e queda de 4,1% em comparação ao mês precedente.
Couro
As cheias também impactaram a cadeia do couro. O cenário levou a uma queda de quase 72 mil peças adquiridas (-5,6%) no Rio Grande do Sul.