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Semeadura do trigo segue no RS

A semeadura do trigo no Rio Grande do Sul foi impulsionada pelas condições ambientais de tempo seco e temperaturas elevadas para a estação, resultando em significativa expansão da área cultivada. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (20/06) pela Emater/RS-Ascar, as chuvas nos últimos períodos, em volumes moderados na maior parte do Estado, facilitaram o processo de emergência das lavouras de trigo recém-semeadas. No entanto, em algumas regiões, a ocorrência de precipitações em volumes maiores provocou danos por erosão em lavouras recém-plantadas.

A Emater/RS-Ascar está realizando o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, que será apresentado na próxima semana (28/06), quando serão celebrados os 35 anos do Informativo Conjuntural, completados nesta sexta-feira (21/06).

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, por exemplo, a área plantada com trigo aumentou de forma significativa, aproximando-se de 75%, e deve ser concluída até o dia 20 de julho, quando se encerra o período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). No entanto, há relatos de baixa disponibilidade de sementes no comércio local. Além disso, muitas sementes da safra anterior armazenadas pelos produtores apresentam baixa taxa de germinação e vigor.

Aveia branca – A cultura está em avançado estágio de implantação, aproximando-se da finalização. Apesar do desenvolvimento inicial satisfatório, algumas áreas enfrentaram infestações de pulgões e complexo de manchas foliares, o que justificou, em muitos casos, controle químico. Esses problemas foram exacerbados pelas altas temperaturas das últimas semanas. Com a chegada de uma nova frente fria, espera-se que melhore o cenário fitossanitário da cultura, cuja perspectiva para esta safra (2024) é de aumento da área cultivada, em comparação com a anterior (2023), quando foram cultivados 364.989 hectares, com produtividade de 1.619 kg/ha (IBGE).

Canola – Houve continuidade na semeadura, porém, para sua conclusão, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou o prazo do Zarc, em caráter emergencial, até 30 de junho, conforme estabelecido pela Portaria SPA/Mapa Nº 237, de 10/06/2024, para viabilizar a implantação. Como resultado prático dessa medida, os plantios realizados durante o período estendido poderão ser financiados e cobertos por seguros agrícolas. Estimativas preliminares indicam crescimento significativo em comparação com a safra anterior, que foi de 77.418 hectares, e a produtividade foi de 1.474 kg/ha (IBGE).

Cevada – A semeadura está em finalização. As lavouras encontram-se em germinação e desenvolvimento vegetativo. As principais regiões produtoras são o Alto Uruguai e Planalto. Em relação ao manejo, estão sendo realizados o controle de doenças e a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. Muitos produtores optam por uma única aplicação, frequentemente antecipada, devido ao aumento do teor de proteína nos grãos em aplicações tardias, o que é indesejável para a indústria cervejeira. Para esta safra, há indicação de decréscimo na área em comparação à safra anterior, que foi de 40.695 hectares, e produtividade de 1.961 kg/ha (IBGE).

CULTURAS DE VERÃO

Soja – A colheita está tecnicamente concluída. Somente nas regiões Sul e Campanha, os produtores ainda exploram lavouras tardias, na tentativa de obter grãos em condições comerciais. Nas áreas de pós-colheita, há presença de plantas espontâneas de soja com alta incidência de doenças. Em lavouras onde será semeada a cultura do trigo, as plantas remanescentes estão sendo eliminadas.

Os produtores de soja gaúchos deram continuidade ao planejamento da próxima safra, realizando operações de correção dos danos causados pelas chuvas. A área cultivada no Estado está estimada em 6.681.716 hectares, e a média estadual de produtividade em 2.923 kg/ha.

Milho – As condições de tempo seco nos últimos períodos favoreceram o avanço da colheita, concluída na maior parte do Estado. Restam lavouras comerciais de safrinha na Região dos Vales, bem como nas regiões Sul, Campanha e Serra, em áreas de minifúndio, onde os produtores costumam deixar o grão a campo para colher quando houver disponibilidade de tempo ou necessidade de autoconsumo. As lavouras em colheita apresentam baixa qualidade de grãos, devido à prolongada exposição a chuvas e à umidade persistente.

Nas regiões onde foi concluída a colheita do milho, os produtores estão encaminhando os projetos de pré-custeios para a safra 2024/2025. Também efetuam o plantio de misturas de diferentes plantas de cobertura nas áreas que receberão nova safra de milho, a partir de agosto de 2024. Antes das chuvas torrenciais e das enchentes, a produtividade estadual estava estimada em 6.401 kg/ha. Posteriormente a estimativa foi reduzida para 5.966 kg/ha.

Milho silagem – A colheita das lavouras implantadas com cultivares específicas para silagem está concluída. No entanto, ainda estão em andamento o corte e a ensilagem de algumas lavouras com cultivares específicas para grãos, cuja produção foi inviabilizada, e estão sendo utilizadas de forma alternativa para evitar perda total. A área plantada no Estado está estimada em 348.549 hectares, e a produtividade está em 32.368 kg/ha.

Feijão 2ª safra – A colheita foi finalizada. Nas lavouras colhidas após as chuvas recorrentes em maio, a qualidade e a produtividade foram afetadas. Muitas lavouras foram abandonadas, e as colhidas apresentam grãos de baixo valor comercial. A área cultivada em 2ª safra está estimada em 19.900 hectares. A produtividade, inicialmente estimada em 1.568 kg/ha, deverá situar-se pouco acima de 1.000 kg/ha, após o prolongado período de chuvas.

Arroz – A colheita foi finalizada. A área estimada de cultivo de arroz irrigado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) é de 900.203 hectares. A produtividade, considerando a área de plantio, está em 7.956,73 kg/ha, resultando em produção total de 7,16 milhões de toneladas na safra de 2024.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Apesar da melhora da situação das pastagens, em algumas regiões, devido à redução das chuvas e da boa insolação, ainda ocorre, em grande parte das propriedades, atraso no desenvolvimento das pastagens de inverno e baixa disponibilidade de forragem nas pastagens perenes de verão e no campo nativo, mantendo a necessidade de suplementar os rebanhos com alimentos alternativos.

BOVINOCULTURA DE CORTE – A atividade de bovinocultura de corte enfrenta redução de produtividade como consequência da perda de qualidade dos campos nativos. O período foi positivo para o desenvolvimento das pastagens anuais de inverno, em razão da diminuição da umidade e do aumento da luminosidade. Os animais estão retornando ao pastoreio em campos nativos e a áreas de pastagens de inverno, o que reduz a dependência de volumosos e de rações. Os manejos de vacinação e desverminação estão sendo realizados para garantir a sanidade e para melhorar a reprodução do rebanho. Os produtores foram orientados sobre o prazo final para a Declaração Anual do Rebanho, que foi prorrogado para 31/07/2024.

BOVINOCULTURA DE LEITE – As condições do tempo foram favoráveis em algumas áreas, melhorando a disponibilidade de forragem e aumentando a produtividade dos animais. No entanto, outras regiões enfrentam desafios, como estradas de difícil acesso devido a alagamentos, prejudicando o manejo e a produção de leite. A gestão e controle de doenças, como mastite, e de carrapato continua sendo uma preocupação significativa em diversas propriedades.