Fronteira Noroeste

Plantio do milho atinge 70% da área prevista para RS

O plantio continuou e atingiu 70% da área projetada, que é de 817.521 hectares no RS. A maioria das lavouras encontra-se em estágio de germinação e desenvolvimento vegetativo (99%), enquanto 1% já ingressaram no período reprodutivo. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (26/10) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), o período foi marcado por maior incidência de luz solar, favorecendo o rápido crescimento e o desenvolvimento vigoroso das plantas. Muitos produtores aproveitaram o período para aplicar fertilizantes nitrogenados nas áreas tecnicamente apropriadas, bem como herbicidas, visando ao controle de ervas daninhas.

Na região de Frederico Westphalen, dos 80 mil hectares, 87% estão na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, e 13% em florescimento. O desenvolvimento da cultura é satisfatório, beneficiado por condições climáticas favoráveis, porém, em pontos isolados, a ocorrência de altas precipitações com ventos fortes e granizo causaram acamamento na cultura. Na de Passo Fundo, o plantio evoluiu para 95% das áreas destinadas ao grão, e a cultura está em desenvolvimento vegetativo. A área é de 73 mil hectares.

Milho silagem – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a cultura está implantada e encontra-se em estado vegetativo. Os produtores realizam a aplicação de nitrogênio em cobertura. Na de Frederico Westphalen, as condições climáticas continuam favorecendo o desenvolvimento das lavouras. Na de Pelotas, segue o plantio; a estimativa de semeadura de milho para a elaboração de silagem deve apresentar redução da área, alcançando 14.822 hectares, o que indica recuo de 5,44% na comparação com a safra passada.

Soja – Algumas regiões implantaram áreas de soja na semana. Mais ao Sul do Estado, a operação avançou de forma significativa, devido às condições de solo favoráveis. Ao Norte, a implantação foi realizada nos momentos de clima mais propício para a entrada nas lavouras. Os produtores efetuam o preparo das áreas. A estimativa inicial de área para a safra 2023/2024 é de 6.745.112 hectares implantados e de produtividade, 3.327 kg/ha.

Feijão 1ª safra – As lavouras estão em processo de implantação e a semeadura está prestes a ser finalizada no Planalto Médio, apresentando índices menores nas regiões Central e Sul do Estado. Nas áreas dos Campos de Cima da Serra, a semeadura deverá iniciar somente em dezembro. No entorno de Vacaria, a semeadura costuma ocorrer em dezembro e início de janeiro. Na de Erechim, 902 hectares da área plantada estão em estado vegetativo.

Na região de Santa Maria, o plantio do feijão 1ª safra superou 70% da área prevista de 1.373 hectares. Na de Soledade, o desenvolvimento das lavouras não está satisfatório em função da restrição de radiação solar. São realizados tratos culturais, como adubações nitrogenadas em cobertura e aplicações de fungicidas. Em relação a pragas, a incidência é baixa. A área semeada é de 90%.

Arroz – O plantio avançou onde foi possível a entrada nas lavouras. Na Campanha, Região Sul e Central, algumas áreas foram implantadas. Na Fronteira Oeste, a operação foi prejudicada pelas chuvas e pelos alagamentos. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o alto volume de chuvas na Fronteira Oeste já causa prejuízos diretos aos produtores de arroz, como alagamento das lavouras pela cheia dos rios, principalmente do Rio Uruguai, e prejuízos indiretos, como atraso no processo de semeadura. As áreas mais afetadas pela cheia estão situadas em São Borja e Itaqui. Em Uruguaiana, muitos produtores evitaram realizar o plantio das lavouras mais suscetíveis ao alagamento, deixando para novembro ou, até mesmo, selecionando outros cortes em áreas mais distantes dos cursos d’água e com relevo mais ondulado, as quais não seriam cultivadas nesta safra. O plantio já passa de 65% na Fronteira Oeste, mas ainda não é possível determinar quanto dessa área terá de ser replantada.

Na região de Pelotas, em razão da melhora significativa da umidade dos solos, foi possível dar continuidade à semeadura do arroz irrigado, pois houve trafegabilidade de máquinas e implementos agrícolas nas lavouras. No entanto, há atraso na operação quando comparada à safra anterior no mesmo período. De 08 a 14/10, os dias ensolarados, sem chuvas, e as temperaturas amenas e quentes favoreceram a boa drenagem e o enxugamento da água nos solos dessas lavouras. Se o clima permitir, e não chover nas próximas semanas, os plantios deverão avançar significativamente na região, recuperando o atraso nas semeaduras.

CULTURAS DE INVERNO

Trigo – A colheita evoluiu e chegou a 43% da área cultivada. Nos momentos de clima favorável à execução da atividade, os produtores intensificaram a operação, especialmente para retirar produto com razoável qualidade. A produtividade e a qualidade do produto têm reduzido, conforme avança a colheita. Atualmente 46% das áreas de trigo no RS estão em maturação, 10% em enchimento de grãos e 1% em floração.

Aveia branca – A colheita de aveia branca destinada à produção de grãos alcança mais de 60% no Estado. A cultura evolui rapidamente para a finalização do ciclo, porém a qualidade do grão não está boa nesta safra em função da umidade. Grande parcela do produto será destinada à elaboração de ração animal.

Cevada – A colheita está em andamento, chegando a 30%. Pequena parcela da produção deste ano será destinada à maltaria, em razão da má qualidade do produto. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, 50% da área implantada está colhida e 50% em maturação. Praticamente a totalidade da produção será destinada para classificação forrageira em função da baixa qualidade do grão. Nesse caso, o preço equivale a 80% do valor do milho, ou seja, R$ 40,00/sc. de 60 kg. A produtividade não ultrapassa, no momento, 1.500 kg/ha.

Canola – A colheita está se encaminhando para o terço final da safra, com evolução rápida da operação. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, onde foram cultivados aproximadamente 33 mil hectares, São Luiz Gonzaga e Giruá apresentam as maiores áreas destinadas ao plantio de canola, com 6.000 e 4.500 hectares respectivamente. A colheita da canola foi interrompida na maioria dos dias da semana, sendo retomada no final do período para evitar mais perdas. Tendo em vista a previsão de chuvas, a colheita atingiu 90%. Ainda há 10% em maturação para serem colhidos assim que o tempo permitir. As chuvas excessivas, desde setembro, têm diminuído a produtividade, que está em 1.534 kg/ha, isto é, 13,9% em relação ao esperado, que era de 1.785 kg/ha. Essa produtividade média deverá se reduzir ainda mais, uma vez que a colheita for concluída nas últimas áreas.

PASTAGENS – As áreas de campo nativo estão apresentando boa taxa de rebrote devido à elevação das temperaturas e à disponibilidade de umidade no solo. Os campos nativos melhorados e as pastagens perenes de verão estão demonstrando bom desenvolvimento, proporcionando pastagens de qualidade para os animais. No entanto, o vazio forrageiro da primavera foi agravado pelo excesso de chuvas, atrasando o plantio das pastagens de verão.